segunda-feira, 1 de abril de 2013

Moça: Dama da Noite

No norte da Bahia em meados de 1920, viveu Ana Costa que mais tarde recebera o nome de Dama da Noite. Ana cresceu na casa de uma família portuguesa, onde sua mãe trabalhava como ama de um casal de crianças e foi educada com uma filha por eles. Mas seu destino mudaria aos 14 anos, quando o patrão de sua mãe começou a nutrir por ela uma paixão desenfreada e Ana,  que desde os nove anos, bordava seu enxoval, sonhando em se casar com um homem que amasse, foi molestada por ele.

Foram anos de terror, abusos e calada vivia aquela o horror de receber no seu corpo um homem que ela criara nojo. Após a morte de sua mãe, andando pela cidade, fazendo compras para casa, viu uma casa de prostituição e querendo fugir da mansão, pediu a Cortesã que lhe desse abrigo. Então, Ana abandonou de vez o lar onde sofria e seguiu seu caminho. Por ser educada e prendada, ela logo ficou conhecida na zona boemia, homens vinham de longe ter uma noite com ela. E os rumores chegaram ao ouvido do homem que a violentou e ele foi até essa casa, mas Ana o rejeitou e o humilhou na frente de todos.

Ana era uma verdadeira dama, cheirosa e bem cuidada, começou a se apresentar como dançarina, ideia de um de seus clientes que estivera nos cabarés europeus que viu em Ana um grande potencial. Ela costurou o mais lindo vestido negro como a noite e bordado com um céu estrelado, tudo corria bem até que o homem que fora rejeitado entrou no estabelecimento e com um tiro a matou e logo depois se matou. A partir daquele momento o nome Ana sumiu para sempre da história e a lenda da Dama da Noite se espalhou por todo nordeste e hoje por todo país.