No norte da Bahia em meados de 1920, viveu Ana Costa que
mais tarde recebera o nome de Dama da Noite. Ana cresceu na casa de uma família
portuguesa, onde sua mãe trabalhava como ama de um casal de crianças e foi
educada com uma filha por eles. Mas seu destino mudaria aos 14 anos, quando o
patrão de sua mãe começou a nutrir por ela uma paixão desenfreada e Ana, que desde os nove anos, bordava seu enxoval,
sonhando em se casar com um homem que amasse, foi molestada por ele.
Foram anos de terror, abusos e calada vivia aquela o horror
de receber no seu corpo um homem que ela criara nojo. Após a morte de sua mãe,
andando pela cidade, fazendo compras para casa, viu uma casa de prostituição e
querendo fugir da mansão, pediu a Cortesã que lhe desse abrigo. Então, Ana abandonou
de vez o lar onde sofria e seguiu seu caminho. Por ser educada e prendada, ela
logo ficou conhecida na zona boemia, homens vinham de longe ter uma noite com
ela. E os rumores chegaram ao ouvido do homem que a violentou e ele foi até
essa casa, mas Ana o rejeitou e o humilhou na frente de todos.
Ana era uma verdadeira dama, cheirosa e bem cuidada, começou
a se apresentar como dançarina, ideia de um de seus clientes que estivera nos
cabarés europeus que viu em Ana um grande potencial. Ela costurou o mais lindo
vestido negro como a noite e bordado com um céu estrelado, tudo corria bem até
que o homem que fora rejeitado entrou no estabelecimento e com um tiro a matou
e logo depois se matou. A partir daquele momento o nome Ana sumiu para sempre
da história e a lenda da Dama da Noite se espalhou por todo nordeste e hoje por
todo país.
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